Entretanto, apesar de se tornarem moda entre os nobres, as tatuagens ainda eram malvistas pelo clero e pelas camadas populares da sociedade, que se sentiam mais ligadas aos ditos da Igreja e viam as extravagâncias da nobreza como práticas pecaminosas.
Pesquisadores indicam que este pode ser um dos motivos pelo qual a ostentação de um corpo tatuado passou a ser interpretada como um sinal de vagabundagem, afinal, as farras e o luxo eram coisas possíveis apenas para os artistas e os nobres, que não precisavam trabalhar. Se essas são simplesmente teorias, não podemos comprovar, mas o certo é que as tatuagens chegaram a Idade Contemporânea com esse estigma, sendo uma coisa de vagabundo.
E em plena Revolução Industrial, e a partir dela, somente aos artistas e aos bandidos era permitida a prática de desenhar no corpo. A exceção era apenas dada aos marinheiros, que ostentavam seus braços tatuados como troféus de uma vida.
No século 20, as tatuagens foram novamente introduzidas á sociedade através da popularização do surf, porque mais uma vez, o costume foi atrelado a um segmento de sociedade nem sempre bem visto. Em se tratando ainda do século passado, um outro exemplo de que o preconceito contra as tatuagens e piercings ainda estava em voga pode ser verificado ao lembrarmos que os dois costumes foram utilizados como símbolo de rebeldia contra o “status quo”, por dois dos principais elementos de contracultura dos anos 70: as comunidades hippies e os punks.
Para os indivíduos ligados a estes movimentos ter o corpo coberto por desenhos e ornamentos significava uma recusa ás imposições do sistema capitalista, numa clara referência aos primórdios tribais e naturalistas da humanidade.
FONTE: Revista Tattoo & Cia
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