Monday, September 6, 2010

TATUAGENS DO NOVO MUNDO

Este cenário começou a se modificar na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Neste período, final do século 15, o continente europeu presenciou a derrota das monarquias, que passaram a incentivar navegações com o objetivo de estabelecer novas rotas comerciais entre Europa e Ásia, fugindo do bloqueio Mediterrâneo imposto pelo Império Turco Otomano.


Através das navegações, os europeus passaram a ter contato com as nações da região sul da África e do novo continente: a América.

E qual foi à novidade se não a constatação de que também entre esses povos o costume de cobrir o corpo com tattoos e ornamentos perfurantes (piercings) era bastante difundido?

Com a vinda dos brancos para a América e o surgimento das novas sociedades originadas a partir da miscigenação, o estranhamento diante das tatuagens se dissolveu aos poucos. Assim, entre os habitantes das colônias européias em solo americano, mesmo com a intervenção da igreja, que procurava converter em fiéis religiosos todos os índios, maias, astecas e incas, as tatuagens começaram a ser moda entre a nobreza. Não demorou muito e a troca de informações entre as colônias e as monarquias fez com que tal moda também chegasse aos nobres europeus.

Desta forma, no final da Idade Moderna (século18), as tatuagens também se difundiram entre membros das cortes européias. Foi nessa época que a arte de introduzir tinta nas camadas de pele recebeu a nomenclatura que tem hoje.

O feito é atribuído ao capitão inglês James Cook, que em seu diário de bordo descreveu o método com que os povos do Taiti produziam suas tatuagens: através das pequenas agulhas enfiadas na pele, com ajuda de pequenos martelinhos de madeira. O som das marteladas foram descritas pelo navegador como “tattoow” ou “tatau”, termo que acabou dando origem a palavra “tattoo”, traduzida para o português como “tatuagem”!!!



Atualmente, tatuagens e piercings, apesar da discriminação velada que ainda existe, foram alcançados o título de arte: a Body Art.


Logicamente, estamos longe da total liberação e em muitos ramos profissionais, na verdade a grande maioria, as pessoas ainda tem que esconder suas tatuagens e piercings, ou então lançar mão de jóias e desenhos mais discretos.

 Contudo, esta é uma realidade que está em mutação e cada vez mais as novas gerações vão de encontro ao preconceito. Os jovens de hoje sabem que competência e honestidade não tem nada a ver com a imagem e o estilo individual de cada um. E estão prontos para enfrentar todos os olhares e comentários, cientes, de que a liberdade de expressão é um direito de todos em corpo e alma.


FONTE: Revista Tattoo & Cia

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